"Apresento-vos, meus caros, a Joaninha. Sim, ela é bonita e tem aquele ar querido, os olhos de amêndoa e um sorriso brando e de invejar, está quase a completar dezoito anos mas ri-se como uma menina. Podia ser mais feliz, mas ela pensa muito nisso. Mas também ela pensa muita coisa e isso são outras histórias. :D
Apresento-vos a Joaninha. E chega a ser injusto, ser por ela que me acabaram, sumindo-se, os dias ruins. Olho em perspectiva e reconheço como ela me conheceu numa má altura. Tentei, por várias vezes, explicar-lhe que tenho mais falhas que Itália pós-sismo e ela não me fez caso, sorria-me com aquele seu sorriso brando e bonito, olhos de amêndoa.
Mas os meus dias maus acabaram, sumindo-se, graças a ela. Às suas (meias) palavras, aos seus longos discursos e aos seus beijinhos barulhentos, como a minha mãe costumava fazer-me também.
Sempre ouvi dizer que havia pessoas que faziam o nosso dia parecer, ou melhor, ser um bocadinho mais coloridos, mas sempre achei que não fosse real - Apresento-vos a Joaninha.
Atura-me as falhas como se tivesse de reconstruir Itália e salvaguardar o bom que se aproveite e quando formos velhinhos, de aparelho no ouvido e óculos redondos como os meus de infância, vamos ser repetitivos e chatos e tomaremos, então, café - que chá é para quem não tem estômago nem gosto (só se for de menta.. aí tu podes beber). Somos parecidos...
Pergunta-me, tem dias, se sei o que é olhar para alguém e sentir um gostar forte, uma vontade de dizer: Gosto muito de ti do nada. Pergunta-me, tem dias, se já me aconteceu.
Olho-a.
Inclino a cabeça.
Já, já me aconteceu Joaninha:
-Sabes uma coisa? Gosto muito de ti.
Apresento-vos a Joaninha - que os vossos dias maus se acabem também, como acabaram os meus."
E depois de limpar as lágrimas ao reler tudo isto lembrei-me da noite em que a Mariana leu este texto, um bocadinho contrariada devido à extensão do mesmo...
O jogo consistia em escrever algo sobre alguém, aleatoriamente, e depois de um sorteio, alguém tinha que ler...
Sei que tive que escrever sobre o Pedro, o Curi escreveu sobre mim... E tive que ler o da Mónica! Lembro.me como se fosse hoje..
Tenho saudades das nossas conversas, das nossas parvoíces, das nossas piadas, das nossas zangas... Tudo, tudo e tudo!
Pena a vida ter-nos separado.
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