11 de junho de 2009

Liga-me,

Mais uma hora e o telefone não toca. Mais uma hora e tu sem cumprires a tua promessa. 'Eu ligo-te', disseste-me. Eu não acreditei mas ainda assim uma parte de mim não conseguia largar o telefone, uma parte de mim ainda tinha esperança. Esperança não só no teu telefonema mas também em ti, no teu amor por mim.
Já não tenho sequer motivos para sentir o que sinto. Mas que importa?
Eu amo-te. Amo-te quando gostas de mim e quando me esqueces, quando me fazes feliz e quando me magoas, quando estás comigo e quando me abandonas. Amo-te. . .

Mas começo a ficar farta de correr para o telefone; de, a cada toque, pensar que vou ouvir a tua voz e acabar, depois, por descobrir que é sempre toda a gente, toda a gente menos tu ...
Tu não me ligas e por muito que queira não consigo desligar-me do telefone. Nem do telefone nem de ti...

Horas depois desisto, dispo-me e tomo um duche. Desejo que a água leve toda a tristeza que deixaste em mim, por teres falhado, por não teres cumprido a promessa que me fizeste. A água não o faz. Visto-me e deito-me na cama, os cobertores a taparem-me até à cabeça, como se estivesse dentro dum casulo de onde fosse sair, na manhã seguinte, como nova, sem uma única lágrima. Apago a luz.

E assim que fecho os olhos o telefone toca. Tacteio desastradamente a mesinha de cabeceira até conseguir agarrar a fonte daquele barulho que agora me irrita profundamente. Atendo sem ver sequer quem me liga.
És tu. 'Olá princesa, desculpa a demora, ainda queres falar?'

(é por isto que gosto de ti ... meu parolo)

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