Cores,

Agora estou tão longe de ti como de mim.

Consigo ver tudo o que falhou, tudo o que ficou por dizer, por fazer... Consigo ainda perceber tudo o que foi bom, o que soube bem e deixa saudades.

Custa lembrar-me do que já teve tanta cor e que acabou por misturar-se num tom neutro, feio.

Nem a chuva, que teima em não cair, me consegue limpar de ti. Nem ela consegue diluir a tua luz, apagar esta chama que ainda é tão forte.

Continuas a falar para mim, com a tua voz doce, para esconder a saudade. Eu faço que não te ouço, escondo-me do que dizes e refugio-me nos sonhos, aqueles que ainda são cor-de-rosa.