1 de dezembro de 2009

Sabes que dia é hoje? *

Poderia, com o meu tom de voz que dizias delicado, explicar-te o porquê de ser um dia diferente, poderia inventar mil e uma justificações para fazer deste O dia… Mas tu sabes que prefiro escrever, arrumar as palavras direitinhas e por sons, por isso estou aqui. Estou desenfreadamente a carregar nestas teclas inocentes que, a pouco e pouco, começam a fazer parte da minha história, ou será da nossa?
De qualquer forma, tu nunca irias entender. É igual falar-te ou escrever-te pois tu não compreendes o que te digo. Fazes de conta que é mais uma das minhas tolices, que daqui a pouco já não me lembrarei de nada. Preferes não me ouvir e continuar a tua vida, com essa filosofia de que tudo se resolve, mais tarde ou mais cedo. Não, estás enganado! Há coisas que não se solucionam, há corações que não voltam a amar…
Escudaste desse silêncio impenetrável, dessa arrogância que alugaste não sei onde. Crias uma barreira que, de forma gradual, nos vai afastando. Que me vai deixando mais longe de ti, a cada dia que passa.
Cansei-me de tentar quebrar essa defesa que construíste, esse obstáculo que colocaste mesmo a meio do caminho. Juro que não tentarei mais ir contra o destino, o nosso destino…
Não posso negar que fazer parte de mim. Se o fizesse estaria a mentir e ambos sabemos que, para mentiras, já bastam as tuas… És uma peça, que não sei onde pertence. Não sei se és a primeira ou a última, não sei se haverá outra que preencha o meu coração de igual forma.
Jurei que não voltaria atrás e não o irei fazer…
De nada irão servir os teus pedidos de desculpa, as tuas promessas de que agora tudo será diferente…


"Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de impossibilitar o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campainha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embacia­do do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém — e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do aci­dente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante do que nós."

Fernando Alvim


Dizem que é quando já não esperamos nada das pessoas que elas morrem no nosso coração… Agora, que já nada espero de ti, pode ser que te esqueça.
Pode ser que te encerre por aqui!


* É o dia em que te esqueci.

5 comentários:

  1. Bom dia.
    Estive a ler alguns dos seus textos e quero aproveitar para lhe dizer, que aprecio imenso a sua forma de se expressar através da escrita.
    É uma óptima terapia, não é?...
    Continue a escrever, para eu continuar a lê-la.
    Beijinho*

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  2. Querida Joana;
    Muito obrigada pelo comentário. Passarei a ser visita assídua, aqui no seu cantinho.
    Beijinho* e bom feriado*(se for o caso!):)

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Desde já Obrigada :)

Only Memories.