- Sim...

- Porque que me fazes isto princesa?

- Nem eu sei. Mas acho que mereces-te.

(Silêncio)

Desculpa, talvez tenha exagerado um pouco naquilo que te disse ontem.

- Eu desculpo-te sempre....

(Silêncio)

Estás aí?

- Há muito tempo que estou aqui, por ti. Talvez já tivesse ido embora, se fosse outra.

- Mas tu gostas de esperar... E esperar por mim não é uma boa razão?

- Eu não gosto de esperar. Sei esperar, o que é bem diferente! E esperar por ti até era uma boa razão, se tivesse a certeza que voltavas, que ficariamos juntos. 

- Mas eu estou aqui princesa.

- Pois, estás aí... Bem longe por sinal.

- Mas eu não me esqueço de ti nunca. Quer esteja perto ou longe.

- E, ao que parece, também ainda não te esqueci. 

- Mas...

(Silêncio)

- Mas o quê...?

- Mas eu pensava que já tinha sido esquecido pela tua cabeça e por ti. Não foi o que disseste?

- A cabeça pode até ter-te esquecido, mas o coração não. E já devias saber que quando o assunto és tu, eu me deixo levar pelo coração, mais do que devia até.

- Sei, sei que sempre falaste com o coração. Mas não dá. Eu não posso e não quero magoar-te mais.

- Pára. Não vás por aí, por favor!

- Não dá, desculpa. Só te ia magoar, outra vez. E tu não mereces, nunca mereceste! Eu amo-te, acredita nisso. Mas já te fiz passar por muito... Por muito mais do que mereces.

- Mas pára. Esquece isso. Quem vai sair magoada sou eu. E se poder ter-te assim, ainda que longe, eu não me importo de sofrer...

- Ainda queres ser feliz comigo?

- Se me conseguires fazer feliz...

- Eu acho que não sou capaz disso Joana. Tu mereces alguém melhor do que eu. Não dá mais.

- E é assim que acaba...? É este o nosso fim?

- Não ponhas as coisas nesses termos. Não gosto da palavra fim. Tenho a certeza que vais ser muito feliz, que encontrarás alguém que mereças e, acima de tudo, que te mereça. Com muita pena, não sou essa pessoa. Apesar de achar que és a "tal", não vamos resultar. Vou esperar que os nossos destinos se cruzem de novo, mais tarde... Aí ficaremos juntos!

- Desculpa... Eu tenho que desligar. Quero que saibas que contigo tudo foi diferente, tudo foi novo, tudo foi mágico. Gosto de ti...

E depois de desligar, chorei até adormecer. Chorei porque soube, hoje com mais certezas do que nunca, que demos tudo o que tinhamos e não foi suficiente. Soube que encontramos o fim da estrada e não vale a pena insistirmos em trajectos alternativos que não nos vão levar a lugar nenhum... Até Sempre!