eu não sei ao certo se devo falar para ti outra vez. talvez fosse melhor não o fazer - colocar o ponto final e pronto, seguir em frente. mas eu não consigo.
não consigo e, pior do que isso, não quero conseguir.
eu não quero deixar-te para trás, quero dar-te as mãos e seguir contigo. quero ir sempre em frente, ignorando curvas e cruzamentos. quero encontrar contigo os atalhos que nos levam de encontro à felicidade - nós deviamos ser capazes de nos lembrarmos do caminho, pois já lá estivemos antes, juntos.
quero ter-te por perto o tempo que o tempo nos permitir.
não, eu não consigo deixar-te para trás. e se, erradamente, penso que o consigo fazer, basta ver-te ao longe, reconhecer a tua forma de andar única no meio dos teus colegas, perceber a forma como afagas a cara com a palma da mão, ..., para perceber que não te esqueço. posso pensar um pouco menos em ti, devido à força da ausência, mas esquecer-te não consigo.
e queria conseguir meu querido - agora era a altura em que te rias, em que dizias como era lamechas a forma como pronunciava a palavra 'querido' e depois eu iria fingir-me chateada só para que me desses um beijinho na bochecha, em forma de consolo.
eu não quero esquecer-me de ti, mas preciso de o fazer.