Quando me ligaste, Márcio, senti o que nunca tinha sentido contigo.Sempre me fizeste ser eu própria, nunca tive de ensaiar nenhuma personagem só para ficar bem ao teu lado, nem para te impressionar de alguma forma. E sei que tu sentiste o mesmo. Éramos nós próprios, sem medos nem receios. Talvez fosse essa a razão porque nos entendíamos tão bem. E gostava (como continuo a gostar) imenso de ti, sentia-me feliz contigo e ansiava que as horas não demorassem a passar, só para me perder novamente nos teus (a)braços.
Mas, naquela noite, em que me ligaste, sem estar à espera que o fizesses, senti algo diferente. Senti um embaraço, uma falta de nexo nas palavras, um rubor nas faces - ainda mais acentuado do que o normal - e senti-as esvoaçar ... Sim, às borboletas. Era capaz de afirmar que nunca as tinha sentido tão loucas e tão livres, nunca as tinha tido tão perto. Se me perguntares, não saberei qual foi a razão. Não sei se do novo ano que se aproxima a passos largos, se do espírito natalício que nunca teve grande efeito em mim, se do maior espaço que tenho agora no meu coração. Nos últimos dias terminei de vez a história que me magoava e tornava o coração tão pequeno.. Houve o ponto final que fazia tanta falta. E sei que ainda vou sentir o coração bater acelerado quando passar por ele, quando o encontrar naquelas ruas que já só trazem recordações, quando ele teimar em marcar presença no visor do meu telemóvel. Perdoa-me mas no amor, até os fortes se tornam fracos. Mas sei, meu mais-do-que-amigo, que agora sim, vamos ser capazes de nos amarmos.
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