As lágrimas tomam conta de mim. Acredita que tento contrariá-las mas, mais uma vez, elas revelam-se fortes, demonstram o tamanho do meu erro, o peso que uma simples recaída pode ter. E não, as recaídas nunca são simples. Se o fossem não despertariam cicatrizes antigas com esta intensidade.
O que me deu para voltar a ti outra vez? Em que estava a pensar? Ou melhor, porque parei de pensar e esqueci todas as dores do nosso passado quase-a-dois?
Hoje acordei com um peso no coração. Contrariei todos os que ontem me disseram que tanta cerveja me ia fazer explodir a cabeça na manhã seguinte, assim que os raios de sol espreitassem pela cortina mal fechada. Disse-lhes que não, que o álcool até então ingerido não estava a ter qualquer efeito em mim. A tua presença, sim, inebriava-me totalmente. Retomei a um estado de êxtase já esquecido, regressei a ti - aos teus olhos, aos teus lábios que me falavam, aos teus braços quando me pediste para dançar. Regressei a ti, meu querido e eterno erro.
Disse-te, na noite escura, a pouco do regresso à dura realidade, que era a última vez, que foi a minha despedida de ti. Sorriste - com esse sorriso que me desarma e faz (ainda) tremer as pernas - e disseste, num tom calmo e pensativo: e quantas vezes não prometemos já que seriam as últimas noites?
Sorri, cúmplice de promessas desfeitas, quando a minha única vontade foi abraçar-te e chorar. Sim, chorar, chorar-te, chorar-nos. Chorar o que já houve e que significou tanto - não estivéssemos nós juntos, mais uma noite. Quis deixar de parecer-me forte, quis demonstrar-te que me magoas, que me mutilo a cada reencontro. Quis fazer-te entender que temos que parar, embora a nossa história ainda não tenha acabado. Não fui capaz....
Disfarcei um turbilhão de sentimentos com um sorriso, pensei que te tinha, nem que apenas por mais uns minutos e quis ser feliz. Fiz por esquecer o resto e tornaste-te o mundo, apesar de nunca o deixares de ser.
Limpo as lágrimas, já passou um dia e o teu cheiro ainda está em mim, o teu toque continua a arrepiar-me a alma e o meu coração, pobre coitado, ainda bate por ti....
escrito ao som de Lovesong - Adele
Whenever I'm alone with you
You make me feel I am home again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am whole again
Ai Joanita...as recaídas acontecem, uma e outra vez. Lembram-nos que afinal ainda temos algum sentimento em relação a essa pessoa.
ResponderEliminarSei que já sabes a lengalenga do tempo de cor, mas garanto-te, pela experiência, que vai haver um dia em que o coração não acelera...um dia que essa pessoa não te vai alterar, mesmo com todos os momentos que passaram.
Ou, quem sabe, não precises de voltar ao "erro" e fazê-lo resultar de uma vez?
Boa sorte minha querida =)