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às vezes queria ser gaivota e voar por aí ... |
Queria ser gaivota. Solta e livre. Queria voar no céu laranja do entardecer e até mesmo no cinzento, do dia mais chuvoso e triste do ano. A vida também as têm: às tristezas. Temos que aprender com elas, saber ludibriá-las com o nosso melhor e mais largo sorriso. Não, quero explicar-me melhor. Hoje quero estar livre de más interpretações e não lhes vou dar espaço de manobra. Sugiro que sorriam: de alma leve e coração cheio. Vertam todas as lágrimas, libertem a mágoa que sentem, falem com quem vos entende, tentem explicar e façam-se entender. O Tempo ajuda a substituir a felicidade pela tristeza, ajuda muito. Por isso queria ser gaivota: abrir asas e voar por aí. Acompanhar o Tempo, em todo o tempo que tem. Queria fugir-lhe com a alegria de uma criança que desembrulha um presente na noite de Natal. Fugir, simplesmente... Dizem-me, talvez, cobarde por querer fazê-lo. Todos o somos um pouco. Uns porque queremos demais, outros porque não queremos, outros por não sei bem o quê. E sim, admito que há cobardia em mim. Já o fui no passado e temo vir a sê-lo no futuro. Mas não tenho medo de admití-lo: faz parte daquilo a que se chama crescer. A cobardia surge quando evitamos algo por medo de sofrer, com medo da tristeza. Quem não o fez?
Já fui cobarde, fui-o contigo e por ti, por mim e por muitos. Mas as tristezas, aprendi a colmatá-las com um sorriso, com a alma leve e o coração cheio: cresci.
Amei este!
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