O B. voltou a marcar presença. Percebeu nas conversas entre mim e a L. que se passava alguma coisa, que eu estava novamente feliz e que, porventura, poderia até estar apaixonada. E como ele sempre me gostou de ter na palma da mão, resolveu lançar o isco novamente.
- já sei que vais vir a casa este fim de semana. quero estar contigo.
Engoli em seco aquela mensagem e fui até ao meu quarto. Resolvi fugir da sala onde a Ana falava com o seu namorado pelo Skype e enquanto a Su via filmes e séries e tudo na vida. Estava a precisar de silêncio, precisava de me reencontrar. Precisava de voltar ao passado, relembrar tudo o que me havia feito e perceber, de uma vez por todas, que tudo têm o seu tempo...
- Bruno, acho que já devias ter percebido que acabou. E acabou de vez... Tu fizeste as tuas escolhas e não me incluíste nelas. Demorei a perceber que não havia futuro para nós mas finalmente levantei-me. Cada um demora o seu tempo a perceber que acabou, durante muito não quiseste que o percebesse, porque te dava jeito, ou sei lá... Mas acabei por ver a realidade do que deixou de existir. Tu conheceste-me, tiveste a oportunidade de conhecer-me como poucos. Lamento se nasci demasiado tarde para ti mas alegro-me por dizer que, felizmente, somos muito diferentes - e que a diferença que menos importa é a idade que nos separa. Espero que ganhes coragem e que continues a ser feliz. Agradeço-te todo o bem que me fizeste, todos os mundos que me levaste a conhecer. A lua continua a brilhar e eu aprendi a encontrar luz mesmo em noites de lua nova. Obrigada por me teres deixado crescer e aprender sozinha. Consegui entender o que me faz bem e o que me faz mal e, mais importante, aprendi quem me faz realmente falta. Fica bem.
Só eu sei o quanto me custou dizer-te tudo isto. Não porque ainda te ame, ou porque ainda tenho esperanças que as coisas voltem a dar certo.. Simplesmente, porque é complicado entenderes que entregaste o teu coração a quem não soube cuidar dele. . .
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