Tempos.

Hoje, enquanto tomava café, a minha amiga perguntou-me :

-tens falado com o Jorge?

Respondi-lhe que não... E quando tenta saber mais, quando me pergunta:

- e não sentes falta das vossas conversas? de saber que tinhas alguém sempre ali, disposto a ouvir-te? 

Tive que dizer a verdade. Tu conheceste-me um bocadinho, ficaste a saber que destesto mentiras e que a falsidade me revolve o estômago. Não consigo sentir saudades tuas, por enquanto, pelo menos. Não consigo olhar para o telemóvel e cair no hábito de te enviar uma mensagem. Não consigo pensar em ti ao acordar, menos ainda ao deitar... Não, no fundo, não consigo sentir a tua falta.

Nunca ocupaste lugar algum na minha vida. Infelizmente, podias ser a pessoa certa, o tal principe encantado de que todos falam, mas apareceste na hora errada. Na hora em que estava demasiado cheia de mim e com falta de tempo para tudo o que gosto de fazer. E não conseguia dar-te todo o valor que tens, logo a ti, que anseias por mensagens a todas as horas, por telefonemas todas as noites e cafés todos os dias. Não, não tinha tempo para ti na minha vida, não neste momento. E, por mais que gostasse, não tinha qualquer vontade de arranjá-lo. 

Havemos de encontrar-nos um dia, talvez em breve, e voltaremos a ser os 'amigos' que sempre fomos. Voltaremos a encontrar-nos por aí, pela cidade que nos apresentou, e sem mágoas, voltar ao tempo em que não quiseste andar mais do que aquilo que as tuas pernas estavam habilitadas. 

A minha amiga ficou na dúvida se estaria a dizer a verdade... Mas certezas teria eu se me perguntasse:

- Ainda não o esqueceste, pois não??