29 de agosto de 2014

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Amo-te para sempre, disseste-me pouco antes de adormecermos. Disseste-o baixinho - eu tenho medo dos monstros que se escondem debaixo da cama, tu tens medo do peso que as palavras carregam. Apesar disso, eu ouvi. Ouvi eu e ouviu o meu coração que, iludido, acelerou freneticamente e só queria gritar que também te amaria para sempre. Até hoje, continuavas a pensar que não tinha percebido o que disseste, pois foi o que te dei a entender. Apesar de ter ainda hoje aquela frase a matutar-me na cabeça quando penso em ti - Amo-te para sempre - soube que era melhor assim: fingir que nunca aconteceu. Porque eu sabia, muito por causa deste pessimismo que me é característico, que o para sempre é muito tempo e tu - Amo-te para sempre - não me podias fazer uma promessa tão grande. 
Agradeço aquele momento de insanidade em que te arriscaste a soltar três palavras que são tão pesadas juntas. Hoje agradeço-te o para sempre que vivemos... E sei, independentemente da forma que o nosso amor assumir, das voltas que as nossas vidas têm ainda pela frente... que sim, Amo-te para sempre... E hoje soube, com todas as certezas, que tu também.

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