... and this is how the story ends

"Tenho medo que amanhã voltes e digas que aquilo não foi nada."

Este foi um rascunho escrito por mim esta tarde, por volta das 16h. Resolvi que não devia passar disso, um simples rascunho, pois o tema "medo" já se andava a repetir demasiadas vezes ultimamente.

Soubesse eu o que agora sei e tê-lo-ia publicado.

Soubesse eu o que agora sei e teria agido de uma forma totalmente diferente mas não se pode mudar o passado - disse-te eu um dia - portanto só me resta contruir um futuro, no qual tu já não estarás presente.

Perdoa-me todo o tempo desperdiçado nas nossas conversas infidáveis e nos nossos sonhos partilhados. Perdoa-me aquilo que te dei em demasia, sim, dei-me em demasia. Guarda tudo o que escrevemos juntos, o carinho que deixei no teu coração e a sinceridade com que me entreguei. Não te esqueças das promessas que não vamos cumprir, dos sorrisos que não vamos esboçar, ou dos planos, que não vão sair da gaveta.

Não me digas que isto é para o meu bem, que será melhor assim, que o coração, às vezes, tem de sofrer, porque eu sei, também tenho um. E as voltas que o meu dá são círculos infindáveis no teu nome, no teu sorriso aberto e na tua voz alta.

Não digas que isto é para meu bem e que só me resta contruir um futuro no qual tu, talvez, já não estejas presente.

O que é que esperas afinal? Esperas que aproveite os melhores anos da minha vida e que depois te receba de braços abertos, que finja que não se passou nada e que está tudo bem!?

Não esperes...

Só preciso de força, coragem, um virar de costas e um último adeus.

... and this is how the story ends.

"Disseram-me que não se pode quebrar o coração a alguém que já o tem partido. E eu pensei 'Pode'. Podemos sempre partir os bocadinhos do coração em bocadinhos ainda mais pequenos, amachucar ainda mais o que nos resta, como se nos tirassem o último sopro de vida."

Patrícia Reis, in Morder-te o coração