Há coisas só nossas, meu amor...

Acordei cedo, o vento fazia-se ouvir - tenho para mim que também ele chorava, saudoso, a ausência do meu eterno amigo - e sabes que não gosto dele. Quando é a sua filha, a brisa, que resolve acariciar-me a face e afastar aquela madeixa de cabelo, insistentemente, para a cara, não me importo.. Mas nunca fui de extremos, não gosto de nada em demasia - a não ser de ti.

Para além do sopro constante que assobiava pela casa, tive sonhos, aqueles que têm a capacidade de deixar-nos a pensar durante horas a fio.

Senti a falta das tuas palavras... Enviei-te uma mensagem, coisa banal. Soube-te ocupado, com trabalho extra... Notei-te o entusiasmo, ofereci-me como comentadora e fiz-te o relato do jogo - tu mereces.

E depois daqueles noventa minutos, dos muitos que se seguiram, houve esta conversa. Esta nossa longa conversa que só terminou porque te relembrei, pela milionésima vez, que tinhas um despertador impiedoso, que toca a horas indecentes.

Sinto um recomeço. Sinto-nos naquele dia três, do terceiro mês deste corrente ano. Sinto-nos a reescrever uma história que enveredou por caminhos errados, que foi escrita em linhas tortas - estamos sujeitos à aprendizagem por tentativas, comuns mortais.

Não apressemos as coisas, o próximo ano inclusive. Deixaremos o tempo correr, segundo a segundo, mantendo sempre este pensamento positivo que me incutiste...

Continuarão os relatos, as explicações, as brincadeiras, as gargalhadas... Continuará o amor!