Agora,

00:18, mensagem recebida
"um beijo de boa noite. tenho saudades de ouvir a tua voz."

Apanhas-me sozinha e ensaias comigo o mesmo teatro de sempre. Já nem sei há quanto tempo é que fazemos ensaios, sei apenas que a nossa peça não vai estrear por falta de amor...

Não, tu não me amas. Podes vir agora com todos os argumentos possíveis que não acreditarei no contrário. Pergunto-me agora, se te conhecia. Olhando para trás, para um passado recente, percebo que não consigo distinguir as verdades das mentiras, as tuas. Agora tudo me parece um teatro, no qual eu não passei de simples marioneta nas tuas mãos feias.

Tu nunca soubeste nada de mim. Por mais que te esforçasses, não conseguias compreender o meu coração complicado. Se me conseguisses ler, se nos conseguíssemos decifrar um ao outro, talvez pudéssemos ter feito muitas coisas. Assim, só nos resta dizer adeus.

Tu ficas bem, como sempre. Pouco te importa se é comigo que ficas porque para ti só importa ter, não importa quem.

Compreendo que ainda é muito cedo para forçar alegrias, para cicatrizar feridas abertas...