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Meu querido, ambos sabemos que isto entre nós nunca poderia resultar.

Tu lembraste de mim, três ou quatro vezes. Uma de manhã, quando pegas no telemóvel e vês nele a mensagem que deixaste por enviar – sim, porque eu, tola, ainda acredito que muitas mensagens que me eram destinadas não passaram de rascunhos; outra, quando me avistas nas ruas que não me guardarão saudades; arrisco que talvez te lembres de mim quando me vês offline no Messenger – eu sei que me conheces bem e que, no fundo, sabes que estou, do outro lado, ocultando este sentimento que não pode ser mais forte do que eu. E, para bem do meu coração, diz que também te recordas do calor dos meus abraços, da estranheza da minha voz e do sabor dos meus beijos, quando pousas a cabeça na almofada e te entregas a melodias que desconheço. Diz que, quando envias mensagens para o meu telemóvel, os teus olhos se enchem de lágrimas por já não pudermos estar juntos no negrume da noite.

E eu, meu querido, eu esqueço-me de ti três ou quatro vezes. Vezes essas em que relembro que tenho que me amar a mim.