há um mês atrás:

Alguém tentou salvar-te, mas já não foram a tempo. Custava-te cada vez mais respirar e só pedias para que te salvassem - eu sei que querias realizar ainda muitos sonhos. 

Daqui a poucas horas, havia de receber um telefonema. O mundo havia de desabar sobre os nossos ombros e diria, entre soluços, 'eu vi a notícia, mas não sabia que era o meu primo.' ...

E iria despedir-me de ti, dentro em breve. Não sem antes te olhar, ali parado, deitado naquele caixão. E pedir-te desculpa: por não ter conseguido evitar que isto acontecesse, por não te ter dito, uma única vez, o quanto gostava de ti e de como eras, se o há, o meu primo preferido. 

Sei que me ouviste, quando pensava para ti. Não queria que mais ninguém soubesse o que tinha para te dizer. Só queria que alguém me viesse abanar e dissesse 'Joana, acorda... Estavas a ter mais um pesadelo'.

Ao que parece, o tempo não ajuda em muito. O peito ainda dói, o corpo ainda pesa, as noites custam sempre tanto a passar... E as lágrimas, essas, continuam presentes. 

Nunca pensei que fosse tão difícil. Nunca pensei que doesse tanto. 

Só desejo que estejas em paz, que continues a sorrir, com a mesma vontade de antes, e que ilumines todas as noites, por nós... 

És estrela brilhante para muitos. Para mim, quase luar!