dos amores.

Esqueci as promessas que me escreveste em noites de amor, com uma caneta que cheirava a laranja. Hoje, quando como laranjas, ainda penso nelas. É uma estupidez ser necessária uma peça de fruta para me recordar do amor que vivemos. Mas depois páro e percebo que não, não são só elas que te trazem: a lua que tem iluminado pouco as últimas noites, uma mensagem - de outra pessoa qualquer - que chega a mim segundos depois da minha cabeça ter encontrado o conforto esquecido da almofada, as músicas do Bon Iver e do Zeca Afonso... Há tanta coisa que me lembra de ti ainda. És como os papéis importantes, que guardo num local seguro para não perder e, quando me fazem falta, nunca os encontro. Tu és com um papel bem guardado, reapareces-me quando já não fazes sentido.