12 de março de 2014

diz-me,


Hoje pensei em ti. Pensei em como era bom puder ligar-te só porque sim, só porque me apetece e tenho saudades. E porque posso, porque tinha a certeza de que irias atender, independentemente do sítio ou da hora. Mas sei que hoje, as chamadas que recebes não são minhas. São de alguém que sempre te plantou sorrisos na cara e nunca lágrimas nos olhos, como eu tantas vezes fiz. Devo esse pensamento, não apenas às saudades, mas ao facto de te ter visto, há tão poucos dias. E desde então, tem sido impossível não me recordar do ar alegre que carregavas. Notei-te leve e de coração livre, como já não conseguia ver-te há muito tempo. 

Gosto de saber de ti, de como está a correr a tua vida, porque ruas te perdes quando trocas as noites pelos dias. Mas sei que o afastamento a que nos forcei te fez bem, notei-o nas linhas do teu rosto. Sim, continuo a saber-te de cor, apesar de já ter passado tanto tempo...

Hoje só me apetecia largar tudo e correr para ti, ter-te perto, à distância de um forte (a)braço. Queria chegar e dizer-te, enquanto ajeito os óculos na cara e te vejo a morder o lábio, como fazes sempre que ficas nervosa, que nunca me esqueci de ti. Que virar as costas não foi fácil, mas foi necessário. Foi essencial saber dizer-nos adeus, naquele dia... Era para mim insustentável continuar a ver-te triste, dia após dia, por nada correr como tínhamos planeado, meses antes. E dizer-te que lamento, a cada hora, não ter sabido lidar com o coração tão grande que tens e que admiro tanto. Saber lidar contigo não é fácil: os teus mundos são pintados com cores vivas, os teus sonhos são mesclados de arco-íris e os teus olhos têm o brilho de mil faróis em noite escura. A mim, que sempre tive este fraco jeito de (des)colorir tudo a cinzento, faltou-me a capacidade de bater as asas para te acompanhar nos sonhos, que cheiram aos primeiros dias de Primavera. Vives com antónimos a saírem-te, de braço dado, pelos poros da pele e eu, que me achava sonhador, não consegui perceber  que estar ao teu lado era sinónimo de Amor. 
Um dia, espero rever-te por aí, que o sorriso seja ainda maior e que as pessoas que por ti passarem na rua consigam olhá-lo a tempo: tenho a certeza de que tornarás os seus dias melhores porque a mim, reviraste-me a Vida - e agradeço-te por isso, minha pequena...

... porque as cores não são as mesmas sem ti. 

1 comentário:

Desde já Obrigada :)

Only Memories.