3 de junho de 2019

Sobre a verdade

sempre me considerei imperfeita, por defeito. 
imperfeita no tamanho, na vontade, na motivação. imperfeita na linguagem, na persistência, na resiliência. imperfeita nos contactos, nos afectos, nos compromissos. 
apercebi-me hoje que há algo que faço bem, um campo em que as minhas imperfeições se conjugam gentilmente e roçam, imaginem a loucura, a perfeição. 
percebi que sou muito boa a fazer amizades, das verdadeiras, das que valem a pena. não sou de ter muitos amigos, mas tenho amigos muito bons caraças. 
dos que ligam só para matar tempo, dos que não ligam porque "vida" mas serão os primeiros a chegar ao hospital ou ao bar mais próximo, para chorar ou celebrar contigo. dos que partilharam anos da tua vida, dia após dia, e que esta coisa do crescer afastou de ti, mas sentes sempre que não passou um único dia, a cada reencontro, por mais moroso que possa parecer.
e depois existe o Curi...! que não vejo há 10 anos, que não tem redes sociais e cuja existência vou atestando através de emails pontuais, que combinámos enviar como prova de vida. é complicado ter um amigo que não respira através de likes e partilhas nas redes e que, como se não bastasse, vive do outro lado do mundo
é muito difícil de explicar esta coisa que me une a ele, este sentimento quase de unha e carne. mas é tão bom caraças, tão bom! 
e é ainda melhor quando estás em casa e, de forma completamente inesperada, recebes um sms a dizer que está a chegar, que está a 2 km's de distância. caraças, é amor. 

sim, acredito que há amizades mais fortes que amores, amizades que não se quebram, que não se gastam, que não existem neste mundo mas num plano acima, na estratosfera. e tu, meu caro, és lindo e quero-te para sempre comigo. 

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