Acordou em alvoroço.
O coração parecia querer saltar-lhe do peito. Finalmente, reconheceu o padrão axadrezado dos seus lençóis de Inverno e apercebeu-se de que tudo não tinha passado de um sonho.
Foi com um enorme esforço que se ergueu do seu leito, pois o calor que este emanava parecia ser irresistível. Olhou o telemóvel (que desde sempre substituira qualquer tipo de despertador), que repousava na mesinha de cabeceira. Os olhos esbugalharam-se e a boca esboçou um palavrão - estava atrasada.
Assim que a viu aquelas ruas desabitadas, que eram já a rotina de todas as manhãs, o céu negro decidiu presenteá-la com uma generosa chuva gelada, da qual não se conseguiu defender (ela e o seu péssimo hábito de não usar guarda-chuva).
O dia corria, sem dúvida, da melhor forma.
Foi com dificuldade que chegou à sala e se sentou, foi sem vontade que iniciou mais um dia de aulas, foi com ansiedade que desejou o seu término.
Fim do dia…
Dirigiu-se à paragem do autocarro, sorrindo no seu íntimo, na perspectiva de chegar rapidamente a casa e poder entregar-se ao prazer de um banho quente e demorado.Esperou dez minutos. Vinte, afinal.
O frio tornara as suas mãos aparentemente quebradiças, a espera turvara a sua mente. Recordou a manhã conturbada que tivera e desejou não ter acordado. O autocarro chegou. Entrou rapidamente e deixou-se cair no seu banco de sempre. A viagem que tinha pela frente era longa e demorada. Num outro dia, teria pegado nos phones e ouvido as suas músicas preferidas; todavia, hoje não era um desses dias, ditos normais.
Quarenta minutos depois, introduziu a chave na fechadura, rodou-a e enveredou, finalmente, pelo interior daquele hall tão familiar. Respirou fundo.
Estava em casa.
Pousou a mala, descalçou os sapatos pouco confortáveis e dirigiu-se ao quarto. Despiu-se e envolveu-se rapidamente no roupão, dirigindo-se, de seguida, à casa de banho. A água tépida, que corria incessantemente, lavava-lhe a pele e muito mais. Que dia horrível estava a ter!
Quando saiu do banho, teve a sensação de ter perdido vários quilos. Para além do normal, havia também aquela sujidade, que apesar de psicológica, a incomodava bastante. Suspirou de alívio. Ao regressar ao quarto, porém, um sentimento negativo voltou a apoderar-se dela. E se tudo se repetisse no dia seguinte? A rotina era já algo que aceitava com naturalidade, mas tantos percalços faziam-na sentir de tal modo desesperada, que mal conseguia controlar o bater do coração.
Quando saiu do banho, teve a sensação de ter perdido vários quilos. Para além do normal, havia também aquela sujidade, que apesar de psicológica, a incomodava bastante. Suspirou de alívio. Ao regressar ao quarto, porém, um sentimento negativo voltou a apoderar-se dela. E se tudo se repetisse no dia seguinte? A rotina era já algo que aceitava com naturalidade, mas tantos percalços faziam-na sentir de tal modo desesperada, que mal conseguia controlar o bater do coração.
O telefone tocou.
Foi com muito pouca vontade que o procurou no fundo da mala e foi com muito pouca convicção que premiu a tecla verde.
Eras tu. Eras tu que me ligavas ao fim do dia e me perguntavas como é que este tinha corrido. Embrenhei-me, imediatamente, num enorme rol de queixas e lamentações, ameacei desistir repetidas vezes e tu ouviste-me, em silêncio.
Parei.
Senti que esboçavas um sorriso do lado de lá e, também eu, acabei por sorrir. Todo o dia havia sido um pesadelo, tudo havia corrido mal. Até ouvir a tua voz entoar as palavras certas, como um qualquer encantamento, uma qualquer canção de embalar. Tu sabes como fazer tudo parecer belo e só eu sei o quão importante és para mim.
Amanhã à noite... Voltas a ligar.me?
Obrigada Curizinho =)
Oh minha querida... Eu nem tenho palavras para exprimir o quanto és para mim!
ResponderEliminarEste texto está simplesmente fenomenal, fantástico, mágnifico e os restantes sinónimos que possas encontrar no Word! :D
Tu já me tinhas falado de um texto que tinhas feito para mim, mas nunca pensei que fosse algo tão... tão... tão coiso! Está demais mesmo! Fiquei sem palavras (e sabes bem que não é tarefa fácil!)...
Como te adoro Joaninha!.. És importante demais para qualquer quilómetrozinho se interpôr entre a nossa amizade!
P.S. É claro que te ligo.. Hoje, Amanhã e Sempre.. Porque quem ganha com esses telefonemas sou eu ò parola!
Adoro-te minha Joaninha Linda